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Segundo os comerciantes que participaram da reunião, ficou definido que será dado um prazo de 30 dias para a formação (regularização) de uma associação representativa dos ocupantes dos boxes. Após esse período, a Prefeitura realizará a cessão oficial de uso do prédio à associação, que passará a ser responsável pela administração e manutenção do espaço.
Com a gestão passando para as mãos dos próprios comerciantes artesanais de pescados, abre-se espaço para mais autonomia, investimentos, reformas estruturais e organização interna do mercado — respeitando, claro, os termos do contrato de cessão e o interesse público.
Direitos e deveres continuam valendo
Apesar do avanço no diálogo, é importante destacar que os ocupantes do mercado municipal possuem direitos garantidos por lei, e não poderiam ser removidos do espaço sem um processo legal adequado.
Especialistas em direito público apontam que nenhum trabalhador pode ser forçado a deixar um espaço público ocupado com autorização anterior ou uso consolidado sem o devido processo legal, o que inclui:
Da mesma forma, a Prefeitura também tem deveres claros, como:
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Acordo valoriza o diálogo e a organização comunitária
A iniciativa do prefeito Andre Sanches de buscar uma solução de regularização por meio da cessão do espaço à associação dos comerciantes é considerada positiva por muitos dos envolvidos. A medida pode garantir mais liberdade para o grupo planejar melhorias, implementar regras internas e zelar pelo patrimônio público de forma autônoma e participativa.
A única crítica dos comerciantes, segundo relataram à reportagem da Gazeta do Vale, foi em relação à forma como o caso vinha sendo conduzido inicialmente, com declarações públicas sobre o fechamento do mercado e pressão para que deixassem o local — mesmo sem notificação formal nem decisão judicial.
Vitória do diálogo e do bom senso
Com a reunião desta quinta-feira, a situação caminha para uma solução pacífica e legal, que respeita tanto o interesse público quanto os direitos históricos dos trabalhadores. A criação da associação será um passo importante para garantir a continuidade das atividades no mercado e fortalecer o vínculo entre os pescadores artesanais, a cidade e seus visitantes.
A expectativa agora é que o processo de formalização e cessão ocorra com transparência, segurança jurídica e apoio institucional, resultando em mais desenvolvimento para Cananéia e mais dignidade para quem vive do pescado.
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